28 junho 2004

ASSINATURA…

Possivelmente, alguns o saberiam… Eventualmente, outros o “suspeitariam” (?)…

A “assinatura” que utilizei nas “entradas” deste “blogue” (LDV) não significa apenas “Leonardo Da Vinci”; é a minha própria: Leonel Dias Vicente!

Hoje, ao fim de 8 meses, o DA VINCI atinge a quota máxima que a plataforma do "SAPO" disponibiliza aos “blogues” aí residentes. Não só por esse motivo – mas também –, o DA VINCI termina aqui a sua “caminhada”!

Ao longo destes meses, o “feed-back” que fui recebendo sempre foi mais “qualitativo” (e bastante incentivador) que “quantitativo” (a “audiência” diária flutuou, sistematicamente, entre os 20 e 30 visitantes) – tendo, não obstante, excedido as 10 000 page views, com cerca de 4 700 visitantes.

A partir de hoje, o DA VINCI integrará o Memória Virtual, onde os textos que aqui fui apresentando “renascerão, ganhando nova vida”, ficando à disposição de um leque mais alargado de leitores.

Obrigado a todos os que fizeram o favor de passar por aqui.

Espero por vós no Memória Virtual!…

P. S. Um agradecimento especial aos "colegas" que fizeram o favor de referenciar o DA VINCI: Terras do Nunca, Almocreve das Petas, Bloguítica, Fumaças, Viva Espanha, Janela para o Rio, Icosaedro, Bek Bek Bek, Rua da Judiaria, Égide, Blog Sem Nome, Miniscente, Cineblog, Marítimo, Batata Quente, Tugir, Jumento, Prima Desblog, Sopa de Nabos, Microcosmos, Grande Plano, Etari Peht - Poesias e Filosofias, Cidadão do Mundo, Ma-Schamba e Meia Livraria.

... Entretanto, dia a dia, o DA VINCI, irá também - nesta sua "casa original" - "renascendo"!...

27 junho 2004

PICASSO – O PERÍODO NEGRO E O CUBISMO

Picasso13-Negro-Demoiselles.jpgPeríodo Negro – 1907 - 1908 – Período que marca o fascínio pela escultura negra e ibérica, com formas ousadas e expressivas, dando início ao cubismo.

Picasso14-Cubismo.jpgCubismo – Esta arte abstracta, também desenvolvida por Braque, inicia-se em 1907 com a pintura de “Les Demoiselles d’Avignon”, obra que anuncia o nascimento do Modernismo, sendo notórias as influências de Cézanne e das esculturas africanas (o quadro inspira-se nas “Baigneuses” de Cézanne, sobre as quais Picasso enxertou cabeças distorcidas de diferentes máscaras), com formas quase monstruosas, com as extremidades sobredimensionadas, constituindo o prenúncio do espaço fragmentado do Cubismo. Em 1920, Picasso iniciava a sua fase Surrealista.

26 junho 2004

PICASSO – PERÍODOS AZUL E ROSA

Picasso11-Azul.jpgPeríodo Azul – 1901 - 1904 – As pinturas, predominantemente em tons de azul, com carácter melancólico (como “The Old Guitarist”, de 1903) encontram-se entre as mais populares do século. É uma fase que fica marcada pela tristeza, dor e miséria, sendo as imagens envolvidas por um traço negro e severo.

Picasso12-Rosa.jpgPeríodo Rosa – 1905 - 1906 – As pinturas deste período caracterizam-se por grande lirismo, ganhando suavidade, com as personagens num clima de ternura, com cores esbatidas. Iniciou também, nesta fase, os trabalhos em escultura.

25 junho 2004

PABLO PICASSO (X)

Em 1963, é inaugurado o Museu Picasso de Barcelona. Aos 85 anos, faz uma retrospectiva da sua carreira, agrupando nos seus desenhos, os temas preferidos, nomeadamente pastoris, circo, mulheres e nus. Entre 1968 e 1971, completa mais de 300 desenhos tendo por tema o erotismo.

Picasso9.gif

Doaria então 2 000 das suas primeiras pinturas ao Museu Picasso.

O seu 90º aniversário foi comemorado em Paris com uma exposição na “Grande Galerie” do Louvre, tornando-se no primeiro artista a ter tal honra em vida.

A 8 de Abril de 1973, na sua Quinta “Notre Dame de Vie” em Mougins (França), depois de ter criado uns espantosos 20 000 trabalhos (incluindo pintura, desenhos, litografias, escultura e cerâmica) ao longo de uma vida extremamente preenchida, Picasso – provavelmente a figura mais importante na Arte do Século XX – entrava na imortalidade.

Já em 2004, o seu quadro "Rapaz com cachimbo" seria vendido em leilão por 104 milhões de dólares, tornando-se no quadro mais caro do mundo, passando Picasso a ser o autor de 6 dos 12 mais valiosos quadros de sempre:

1. Picasso – “Rapaz com cachimbo” – 104 milhões de USD

2. Van Gogh – “Retrato do Dr. Gachet” – 82,5 milhões de USD

3. Renoir – “No moinho de La Galette” – 78,1 milhões de USD

4. Rubens – “O massacre dos inocentes” – 76,7 milhões de USD

5. Van Gogh – “Retrato do artista sem barba” – 71,5 milhões de USD

6. Cézanne – “Cortina, jarro e compoteira” – 60,5 milhões de USD

7. Picasso – “Mulher de braços cruzados” – 55 milhões de USD

8. Van Gogh – “As Íris” – 53,9 milhões de USD

9. Picasso – “Mulher sentada num jardim” – 49,5 milhões de USD

10. Picasso – “As núpcias de Pierrette” – 49,2 milhões de USD

11. Picasso – “O sonho” – 48,4 milhões de USD

12. Picasso – “Eu, Picasso” – 47,8 milhões de USD

P. S. Vale a pena visitar o "site oficial" de Picasso!

24 junho 2004

PABLO PICASSO (IX)

Françoise abandonaria Picasso em 1953, provocando-lhe um sério revés sentimental. Começaria também a sua fase de ceramista, tendo por primeiro trabalho um touro em miniatura; assim conheceria Jacqueline Roque Hutin.

No Verão de 1955, adquire uma “villa” (“La Californie”), em Cannes. Nessa época, estabeleceria uma relação de amizade com o toureiro Luis Miguel Dominguin.

Picasso10-meninas.jpgApresentaria então (1957) vários estudos e versões sobre “As Meninas” de Velasquez, incidindo sobre a obra no seu todo ou apenas em determinados pormenores, com transposição das formas e alterações da composição original.

Em 1958, prepara mural para o edifício da UNESCO, “A Queda de Ícaro”. Em 1959, surge como actor de cinema, com o filme “Le Mystère Picasso”, realizado por Georges Clouzot. Casaria entretanto com Jacqueline Roque Hutin em 1961, a qual acompanharia o pintor até ao fim da sua vida.

23 junho 2004

PABLO PICASSO (VIII)

Iniciara-se entretanto, em 1945, na litografia, produzindo mais de 200 trabalhos em cerca de 3 anos.

Passa a viver em Antibes com Françoise Gillot, jovem estudante de arte e pintora que conhecera em 1946, experimentando uma das melhores fases da sua vida, com quadros “cheios de alegria de viver”, o mais famoso mesmo com o nome de “A Alegria de Viver”.

Picasso8BlueDoveYellowSun-t.jpgOs quadros que pintou nesta fase foram doados ao Museu de Antibes que assim se tornou num dos mais importantes museus de França.

Em 1949, já depois de terem um filho (Claude), nasce a sua filha Paloma, o que o leva novamente ao tema da maternidade e das crianças, com quadros pintados em tons alegres e coloridos. A litografia “A Pomba” (La Paloma) seria motivo do cartaz do Congresso da Paz realizado em Paris em 1949.

22 junho 2004

PABLO PICASSO (VII)

Picasso7BlueDove-t.jpg Em 1939, atinge o reconhecimento nos EUA, após uma exposição no Museum Of Modern Art (MOMA) de Nova Iorque – onde Guernica permaneceu, até 1981, ano em que regressou a Espanha (Madrid), já num período de democracia, como o tinha exigido o pintor.

No início da década de 40, passa a viver com a fotógrafa e pintora Dora Maar. Em 1944, na sequência da libertação de Paris, a 25 de Agosto, junta-se ao Partido Comunista em França, numa militância meramente idealista, de solidariedade perante o próximo.

Até 1948 pintaria “El Osario”, retratando a sensação que lhe produzira o regresso das pessoas encerradas em campos de concentração durante a II Guerra Mundial.

21 junho 2004

PABLO PICASSO (VI)

Viria a separar-se de Olga Koklova em 1935 (apesar de nunca se ter divorciado, mantendo legalmente o casamento até ao falecimento de Olga em 1955), passando, no ano seguinte, a viver com Marie-Therese Walter, de quem teria a filha Maya.

Em 1936, ao mesmo tempo que eclodia a Guerra Civil Espanhola, tinha uma exposição itinerante em Espanha. Chega a ser director do Museu do Prado, em Madrid, comprometendo-se politicamente com os Republicanos e com o Partido Comunista.

Picasso6Guernica.jpg

A 26 de Abril de 1937, vivendo já, novamente, em Paris, o bombardeamento da cidade basca de Guernica pela aviação alemã leva-o a pintar aquela que perduraria talvez como a maior das suas marcas, o quadro mural “Guernica”, uma condenação alegórica do fascismo e dos horrores da guerra, através de figuras contorcidas e disformes, em tons de cinza, negro e branco, simbolizando a destruição de vidas humanas e de uma civilização, o qual seria exposto no Pavilhão Espanhol na Exposição Universal de Paris de 1937.

20 junho 2004

PABLO PICASSO (V)

Picasso Em 1917, conhece Stravinsky e aquela que seria a sua futura esposa, Olga Koklova (bailarina russa), com quem casaria no ano seguinte, nascendo em 1921 o seu filho Paul, o que o leva a preparar inúmeras pinturas com “a mãe e o filho”.

Na sequência do primeiro “manifesto surrealista”, do poeta francês André Breton, de 1924 (que advoga o papel do inconsciente e do sonho na actividade criativa, livre de preocupações racionais, morais ou estéticas), toma parte na primeira exposição Surrealista, conhecendo então Miro, Salvador Dali e o fotógrafo Man Ray.

Em 1932, apresenta exposições retrospectivas em Paris, ao mesmo tempo que surgia nas suas pinturas uma nova modelo, Marie-Thérèse Walter (que conhecera já em 1927, então com 17 anos).

Viaja até Espanha para assistir a corridas de touros, um dos temas que abordou em diversos trabalhos, sob diversas técnicas.

19 junho 2004

PABLO PICASSO (IV)

Em 1906, conhece Matisse; no ano seguinte, conheceria Braque e Derain. Começa, em 1907, sob a influência de Cézanne e da arte negra, o “Cubismo” (inicialmente com um “Período Negro”, até 1908), com “Les Demoiselles d’Avignon” (quadro que apenas seria apresentado publicamente em 1925 e exposto pela primeira vez em 1937, a propósito da Exposição Universal de Paris).

Picasso

Na primeira fase, do “Cubismo Analítico” (até 1915), trabalha em estreita colaboração com Georges Braque. Apresentaria, em 1911, a primeira exposição nos EUA, em Nova Iorque.

A Fernande Olivier, seguir-se-lhe-ia Marcelle Humbert, a quem Picasso chamava “a minha Eva”. Em 1915, com 33 anos, era já um pintor famoso, com uma boa situação económica. Com a I Guerra Mundial, separa-se o grupo de amigos; os seus amigos Braque e Apollinaire seriam feridos.

18 junho 2004

PABLO PICASSO (III)

Picasso

Em 1901, já integrado na vanguarda artística parisiense, inicia o seu período “Azul”, passando então a assinar os seus trabalhos apenas com o nome Picasso, apresentando a primeira exposição em Paris na “Galerie Vollard”.

Em 1904, instala-se definitivamente em Paris, conhecendo então a sua primeira paixão, Fernande Olivier, que é retratada em muitos dos seus quadros dos períodos “Azul” e “Rosa”; viveria em Paris até 1947, altura em que se mudou para o Sul de França.

No ano seguinte, conhece Guillaume Apollinaire, Leo e Gertrude Stein (que viriam a ser os seus primeiros “mecenas”). Viaja até à Holanda. Inicia o seu período “Rosa”, começando também a fazer as primeiras esculturas.

17 junho 2004

PABLO PICASSO (II)

O seu quadro “Ciência e Caridade” seria distinguido em 1897 com uma Menção de Honra em Madrid.

No final do ano, é admitido na classe de pintura da Real Academia de San Fernando, em Madrid, que abandonaria contudo no ano seguinte, regressando a Barcelona.

Picasso2DonQuixoteSancho

Conhece então alguns jovens artistas e intelectuais (entre os quais, o poeta Jaime Sabarté e o pintor Carlos Casagemas) que o introduzem nas modernas correntes de pintura; apresenta em 1900 a sua primeira exposição individual, com cerca de 150 desenhos, no café “Els Quatre Gats” (fundado por Ramón Casas, Santiago Rusiñol, Pere Romeu e Miguel Utrillo), publicando também alguns desenhos na revista “Joventut”.

Ainda no mesmo ano, viaja pela primeira vez para Paris, juntamente com o amigo Carlos Casagemas, tomando então contacto com a obra de Toulouse-Lautrec, Cézanne e Degas.

16 junho 2004

PABLO PICASSO (I)

PicassoPablo Diego Jose Santiago Francisco de Paula Juan Nepomuceno Crispin Crispiniano de los Remedios Cipriano de la Santisima Trinidad Ruiz Blasco y Picasso Lopez nasceu em Málaga (Espanha) a 25 de Outubro de 1881, filho de Jose Ruiz Blasco (artista e professor na escola de artes de San Telmo) e Maria Picasso Lopez.

Em 1891, acompanhou a família na mudança para a Corunha, iniciando-se como artista, sob a orientação do pai; com 10 anos, seria aprovado na Escola de Belas Artes.

A família mudar-se-ia novamente, em 1895, desta vez para Barcelona, onde o pai passou a dar aulas (na Real Academia de Artes de La Lonja) e onde Picasso seria admitido, no ano seguinte, na classe de desenho.

15 junho 2004

VENEZUELA

VenezuelaPaís da América do Sul, banhado pelo mar das Antilhas, com 912 050 km2 e 25 700 000 habitantes, com capital em Caracas.

Parte integrante do vice-reino de Nova Granada, a Venezuela foi, uma primeira vez, república independente em 1811-1812, graças a Francisco Miranda. Simão Bolívar deu prosseguimento à luta; mas já em 1814 a segunda república da Venezuela sucumbiu aos golpes dos realistas.

Depois Bolívar, contando com o apoio das massas populares, felizes com a libertação dos escravos, libertou o norte do continente e organizou-o numa confederação da Grande Colômbia (1821-1822), que porém fracassou.

A partir de 1830, a Venezuela esteve sob o mando dos militares que reconstruíram em seu próprio benefício o esquema colonial. À ditadura de José Antonio Páez sucederam a "revolução federal" (1863) e a tirania do progressismo cesarista e demagógico de Antonio Guzmán Blanco (1829-1898), que dirigiu o país, pessoalmente ou por delegação, de 1870 a 1888.

Seguiu-se a era dos generais andinos: a Cipriano Castro (1858-1924), senhor do país de 1888 a 1908, sucedeu Juan Vicente Gómez (1859-1935), que sob o nome de Restauração instituiu uma longa ditadura (1910-1935), contemporânea da descoberta do petróleo.

[...] Após uma breve experiência experiência democrática sob Rómulo Betancourt, de 1945 a 1948, o exército tomou o poder e impôs o general Marcos Pérez Jiménez (de 1948 a 1958).

[...] A democracia-cristã chegou à presidência com Rafael Caldera (de 1969 a 1973), mas perdeu-a em Dezembro de 1973 para um membro da Acção Democrática, Carlos Andrés Pérez.

("Nova Enciclopédia Larousse", edição Selecções do Reader's Digest)

Contudo, em 1978, o candidato da oposição, Luis Herrera Campins, seria eleito presidente, beneficiando do descontentamento da população, sem beneficiar do dinheiro do petróleo. A continuação da crise, a par do grande aumento de inflação, levaram a que, em 1983, o poder mudasse novamente de quadrante, sendo eleito Jaime Lusinchi

Apesar de ter sido acusado de corrupção no seu primeiro mandato, Carlos Andrés Pérez seria reeleito no final de 1998. Mas, em 1992, nova tentativa de golpe de Estado, desgastaria o seu governo, vindo a ser novamente eleito presidente, no final de 1993, Rafael Caldera.

No final de 1998, os anteriores partidos dominantes alcançariam uma votação mínima (5 %), "arrasados" por Hugo Chávez, político de tendência comunista, que viria a ter uma presidência atribulada, com uma breve destituição na sequência de um golpe de Estado, que não teria contudo sucesso, permitindo a Chávez retomar o poder, num país que atravessa uma grave crise económica.

14 junho 2004

URUGUAI

UruguaiA República Oriental do Uruguai é um Estado da América do Sul, entre o Brasil e a Argentina, com 176 215 km2 e 3 400 000 habitantes, tendo por capital Montevideu.

Desde a fundação, em 1724, de Montevideu, o futuro território do Uruguai foi o ponto de contacto entre o mundo espanhol (Argentina) e o mundo português (Brasil). Quando, em 1810, José Artigas, o "pai da pátria", sublevou o Uruguai, defrontou-se com um e com outro.

Em 1820, foi derrotado em Tacuarembó pelos exércitos portugueses e teve de refugiar-se no Paraguai; mas deixou atrás de si um programa nacionalista e o núcleo irredutível de um movimento que, fortalecido pela arbitragem interessada da Grã-Bretanha, levou em 1828 à independência do Uruguai, Estado tampão.

Isto não impediu a Argentina de tentar recuperar essa antiga província oriental; a "Grande Guerra", que eclodiu em 1838, foi marcada pelo interminável cerco de Montevideu (1843-1851). Em seguida, foram os brasileiros que inetrvieram na vida do país e apoiaram contra os liberais os conservadores, que, abandonados pelo Brasil, perderam o poder em 1865. O caudilho liberal Venancio Flores (1809-1868) promoveu então a entrada do Uruguai na guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-1870).

O poder foi confiado, à maneira suíça, a um conselho executivo colegiado de nove membros - três dos quais eram obrigatoriamente membros da oposição: foi esse conselho que governou o país de 1917 a 1933, depois de 1951 a 1966. Mas o bom andamento desse sistema está ligado à prosperidade; ora, em 1931, a grande crise económica atingiu duramente o Uruguai, país exportador; assim, de 1933 a 1942, o país conheceu um regime militar. A crise fez-se novamente sentir em 1955.

Em 1972, subiu ao poder Juan María Bordaberry, que foi superado pelo exército; este instaurou um regime de excepção, suspendeu o parlamento em proveito de um conselho de Estado, dissolveu os sindicatos, proibiu os partidos de esquerda e acabou por depor Bordaberry (Junho de 1976), substituído por Aparício Méndez.

A 1 de Setembro de 1981, assumiu a presidência o general Gregório Álvarez, eleito pelo Conselho da Nação.

("Nova Enciclopédia Larousse", edição Selecções do Reader's Digest)

Em 1984, realizaram-se eleições presidenciais, vencidas por Julio María Sanguinetti, do Partido Colorado, a que sucedeu, em 1989, Luis Alberto Lacalle, do Partido Nacional. As dificuldades económicas e a grande inflação obrigaram à aplicação de uma política de austeridade, que teve reflexo em inúmeras greves.

A intranquilidade sindical manteve-se no início da década de 90, protestando contra o enorme aumento da inflação (que chegou a 81 % em 1991) e o programa de privatizações do governo (e a tomada de posições pelos investidores estrangeiros argentinos e brasileiros). A pressão levou a um referendo, em que a política governamental foi derrotada.

No início de 1993, uma nova moeda (o peso uruguaio) substituiu o "novo peso", com uma paridade de 1000 para 1, ao mesmo tempo que eram anunciadas novas medidas de austeridade. No final de 1994, seria reeleito presidente Julio María Sanguinetti.

11 junho 2004

SURINAME

SurinameAntiga Guiana Holandesa, estado do norte da América do Sul, com 163 820 km2 e 430 000 habitantes e capital em Paramaribo.

O litoral da Guiana só foi explorado pelos europeus no fim do século XVI. No século XVII os ingleses nele fundaram alguns estabelecimentos, mas foram afastados pelos holandeses em 1667.

Concedido em 1682 à Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, terra de refúgio de numerosos huguenotes, que desenvolveram culturas de café e de cana-de-açúcar, o Suriname prosperou.

Britânico de 1796 a 1802 e de 1804 a 1816, declinou, a partir de 1863, com a abolição da escravatura; teve então de apelar para a imigração indiana e indonésia.

A exploração da bauxita, depois de 1945, trouxe-lhe novo progresso económico.

Dotado de regime parlamentar em 1950, autónomo em 1954, o Suriname obteve a independência em 1975, graças à acção do Partido Nacional Progressista, partido dos crioulos, animado por J. Sedney, e, mais ainda, à do Nationale Partij Kombinatie, de M. H. Arron. Em 1973 este último tornou-se primeiro-ministro. Uma rebelião militar derrubou-o em 1980. Foi substituído por Henk Chin Sen.

("Nova Enciclopédia Larousse", edição Selecções do Reader's Digest

O país sofreria novo golpe militar em 1990. A coligação governamental eleita em 1996 viria também a sofrer divisões, reduzindo a sua actividade legislativa.

10 junho 2004

PERU

PeruPaís da América do Sul, banhado pelo Oceano Pacífico; 1 285 216 km2; 27 200 000 habitantes; capital: Lima.

O Peru confina a norte com o Equador e a Colômbia, a oeste com o Oceano Pacífico, a leste com o Brasil e a Bolívia e, a sul, com o Chile.

Os quéchuas da cidade-estado de Cuzco, após incorporarem os Estados aimaras em poder dos incas, dominaram a região andina. A sua expansão realizou-se, nos séculos XV-XVI, sob os reinados de Túpac Yupanqui (de 1471 a 1493) e de Huayana Cápac (de 1493 a 1527). Uma guerra civil entre Atahualpa, o filho preferido de Huayana Cápac , e o herdeiro legítimo, Huáscar, preparou o terreno para o conquistador espanhol. Com efeito, vencedor em Quipaypán (1532), Atahualpa viu despertar a resistência dos povos recentemente conquistados pelos incas. Em dois anos, Francisco Pizarro, com astúcia e violência, conseguiu apossar-se do império inca, cuja conquista disputou com Diego de Almagro.

[...] De facto, a independência do Peru ocorreu tardiamente, em 28 de Julho de 1821, e ainda assim foi imposta do exterior pelos exércitos de San Martín e Bolívar. De resto, só em 1824, a batalha de Ayacucho, ganha por Sucre, decidiu o destino do país. Este, assolado pela guerra e enfraquecido pela partida da administração espanhola, ingressou num contexto neofeudal, o das grandes propriedades. Daí em diante, mesmo na época da efémera confederação Peru-Bolívia (1836-1839), o poder real pertenceria aos latifundiários, em detrimento das massas indígenas.

[...] De 1879 a 1883, o Peru travou com o Chile a guerra do Pacífico, que terminou com o desastroso tratado de Ancón (20 de Outubro de 1883), pelo qual foi dado ao Chile todo o sul peruano, rico em nitratos.

[...] A abertura do canal do Panamá e a Primeira Guerra Mundial (1914) constituiram um importante momento da história do Peru. Por um lado, a dominação britânica cedeu lugar à influência norte-americana. Por outro, a guerra provocou uma escalada de preços e da produção nacional, enquanto a especulação agrária e mineira despertava a sierra.

[...] Chefiada pelo general Juan Velasco Alvarado, que se tornou chefe de Estado (1968-1975), a junta militar montou um regime de tipo socialista (reforma agrária, nacionalização das riquezas naturais e dos principais sectores da economia, expopriação de empresas estrangeiras, participação operária).

[...] Em Maio de 1980, a eleição do ex-chefe de Estado Fernando Belaúnde Terry para a presidência da República marcou o retorno a um regime democrático.

("Nova Enciclopédia Larousse", edição Selecções do Reader's Digest)

O Peru integra, desde 1979, o Pacto Andino, associação de comércio livre de que são também membros a Colômbia, o Chile e o Equador.

Em 1980, iniciavam-se também as actividades terroristas do grupo Sendero Luminoso, a que se seguiu, em 1984, o Movimento Revolucionário Tupac Amaru (que, em 1996, assaltaria a Embaixada do Japão, fazendo reféns os seus ocupantes, que seriam resgatados apenas já em 1997).

Entretanto, em 1985, Alan Garcia seria eleito presidente, cargo em que lhe sucederia, em 1990, Alberto Fujimori (reeleito em 1994 e em 2000, apesar de grande controvérsia nestas eleições) - vencendo a maior figura da literatura do país, Mario Vargas Llosa.

Fujimori, acusado de práticas de corrupção, viria a ser destituído por "incapacidade moral permanente", exilando-se no Japão, país dos seus antecessores. Por fim, em 2001, seria eleito Presidente Alejandro Toledo.

09 junho 2004

PARAGUAI

Paraguai.jpegEstado da América do Sul, com 406 752 km2 e 5 400 000 habitantes e capital em Assunção.

No fim do século XVI, a conquista do Paraguai, pátria dos guaranis, não se consumou por causa da resistência encarniçada deste povo índio.

Para salvar os índios da escravidão isolando-os da sociedade espanhola, os jesuítas fundaram cerca de 30 reduções, que serviam ao mesmo tempo para evangelização dos índios e para a sua organização económica e social de acordo com um esquema racional e planificado: assim se constituiu uma república jesuítica, que, a partir de 1630, pela sua vitalidade e desenvolvimento, inquietou os colonos brancos.

Com a cumplicidade das autoridades coloniais, os caçadores de escravos destruíram as reduções, mas os índios, armados, resistiram com eficiência aos espanhóis e aos portugueses do Brasil.

No século XVIII, o grupo de pressão colonial hostil às reduções acabou por vencer: devido à supressão da Companhia de Jesus em Portugal (1759), na América (1767) e a sua abolição por Roma (1773) terminaram as reduções dos guaranis, que foram entregues à pilhagem e repartidas quando da independência da América Latina, entre o Paraguai, o Uruguai e a Argentina: um verdadeiro genocídio acompanhou essas espoliações.

O Paraguai isolou-se dos seus vizinhos por vontade do ditador José Gaspar Rodriguez de Francia (1766-1840), senhor, de 1812 a 1840, de um país sem aristocracia branca importante, povoado principalmente por mestiços e índios, a que assegurou ao mesmo tempo a indpendência e o bem-estar.

Os sucessores de Francia, Carlos Antonio López (de 1844 a 1862) e Francisco Solano López (de 1862 a 1870) mantiveram o seu rigoroso autoritarismo e prosseguiram o desenvolvimento do país. Mas Francisco Solano López, desejando recuperar territórios guaranis na fronteira brasileira, manteve durante cinco anos (1865-1870) contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai uma guerra terrível, que lhe custou a vida e também a de um milhão de paraguaios.

Este desastre favoreceu a implantação do sistema oligárquico, o triunfo dos grandes proprietários que, conservadores ou liberais, ocuparam o poder alternadamente de 1870 a 1932, impondo ao país o seu autoritarismo.

De 1932 a 1935, ocorreu nova sangria com a guerra do Chaco, ao termo da qual a Bolívia foi vencida e o Paraguai exaurido.

Desde então, os militares, percebendo o absurdo dos sacrifícios ligados aos interesses oligárquicos, descobriram o nacionalismo revolucionário e tomaram nas mãos as rédeas do país. Desde 1954, apesar de uma oposição crescente, o general Alfredo Stroessner, constantemente reeleito presidente da república, é o senhor absoluto da política do Paraguai.

("Nova Enciclopédia Larousse", edição Selecções do Reader's Digest)

Em Fevereiro de 1989, Stroessner seria deposto por um golpe militar, liderado pelo General Andrés Rodríguez, posteriormente eleito Presidente. Por fim, em Maio de 1993, Juan Carlos Wasmosy foi eleito para um mandato de 5 anos, inaugurando um período de modernização do país.

08 junho 2004

GUIANA FRANCESA

Departamento ultramarino francês do nordeste da América do Sul. Tem uma área de 86 504 km2 e uma população de cerca de 178 000 habitantes. Confina a oeste com o Suriname, a sul e este com o Brasil e a norte é banhada pelo oceano Atlântico. A capital é Caiena.

[…] Adquiriu uma sinistra reputação como território de deportação política (1794-1805) e colónia penal (até 1945) O primeiro contacto dos franceses com a Guiana Francesa, deu-se em 1604, através da expedição de La Ravardière. Depois de várias tentativas de colonização, só o holandês Spranger conseguiu fixar-se no território. Com o Tratado de Breda de 1667, o território passou para os Holandeses. O almirante Jean d’Estrées conseguiu recuperá-lo nesse mesmo ano.

Em 1700, houve um conflito de fronteiras com o Brasil, cujos limites os franceses pretendiam fixar no Amazonas, o que foi aceite. Todavia o Tratado de Utreque de 1713 deu razão a Portugal, fazendo-o recuar para Norte. Em 1809, a Guiana Francesa foi conquistada pelos portugueses. Em 1814, voltou à posse da França, e, em 1817, os limites foram definitivamente assentes. Em 1848, a escravatura é abolida, com consequente abandono das plantações.

No início da segunda metade do século XIX, entram na Guiana Francesa muitos emigrantes de origem africana e indiana.

Em 1946, torna-se um departamento francês e assume o estatuto de região desde 1975. Na década de 90 têm-se animado as facções independentistas.

"A Enciclopédia", edição Editorial Verbo, SA / Público, 2004

AMÉRICA DO SUL

Mapa América Sul

07 junho 2004

GUIANA

GuianaEstado do Nordeste da América do Sul. Com uma superfície de 215 083 km2 e uma população de cerca de 699 000 habitantes. Confina a noroeste e a oeste com a Venezuela; a sudoeste e a sul com o Brasil, a sudoeste e a este com o Suriname e a nordeste com o oceano Atlântico. A capital é Georgetown. A língua oficial é o inglês e a maioria da população é cristã. A unidade monetária é o dólar da Guiana.

[…] A Guiana foi descoberta por portugueses e espanhóis, que nunca se chegaram a fixar no território. Nos finais do século XVI era uma colónia Holandesa. Aí fundaram a cidade de Stabrock, denominada mais tarde Georgetown. Foi activamente explorada pela Companhia das Índias Ocidentais, de 1621 a 1791, através das plantações de açúcar e de algodão. Em 1796, o território é ocupado pelos Ingleses e, em 1814, torna-se colónia britânica. Em 1928, o Governo britânico concedeu à Guiana britânica uma constituição própria, depois modificada em 1961. Em 1966, obteve a independência, com o nome de República Cooperativa da Guiana. A história recente da Guiana tem sido marcada por alguns sobressaltos políticos. Uma nova Constituição é promulgada em 1978, e uma outra em 1980. É membro da Commonwealth e desde 1999 Bharat Jagdeo é o presidente da Guiana.

"A Enciclopédia", edição Editorial Verbo, SA / Público, 2004

04 junho 2004

EQUADOR

EquadorEstado independente do Noroeste da América do Sul, com a área de 270 667 km2 e aproximadamente 13 000 000 habitantes. O Equador estende-se ao longo do Oceano Pacífico. Confina a sul e a este com o Peru, a norte com a Colômbia e a oeste com o Oceano Pacífico. A capital é Quito. A língua oficial é o espanhol e a unidade monetária é o sucre.

[…] Os territórios que formam hoje o Equador pertenceram primitivamente às tribos índias Caribes, Mayoides e Quíchuas. Os Caras, ou Quitus, submeteram esses povos e foram depois conquistados pelos Incas (nos fins do século XV). Os conquistadores espanhóis chegaram durante o reinado de Atahualpa (1532), mas só cerca de 1534, Sebastião Benalcázar iniciou a conquista do território. O domínio espanhol perduraria por três séculos.

[…] No fim do século XVIII e começo do século seguinte, as províncias espanholas da América foram agitadas pelo desejo de independência. Quito constituiu o primeiro governo autónomo da América (1809). Lá se reuniu, em 1811, o I Congresso dos Povos Livres, que declarou a total independência do Equador. Porém, a luta pela independência durou anos, associada ao movimento geral de insurreição capitaneado por Simão Bolívar, tendo sido um dos seus generais, A. José de Sucre, o vencedor da batalha decisiva, em Pichincha. Reconhecida a independência pela Espanha, o Estado de Quito foi integrado, com a Venezuela e a Colômbia, na Grande Colômbia. Esta desmembrou-se em 1830, formando-se três Estados soberanos, e só então surgiu o nome de Equador em vez do de Quito.

[…] Em 1859, o país quase soçobrava no caos, quando se impôs a figura controversa de Gabriel Garcia Moreno. Tomou em suas mãos um país caótico e encaminhou-o para a senda do progresso, tendo sido assassinado em 1875. O século XX iniciou-se com uma sucessão de governos autoritários. As dificuldades económicas e os problemas sociais levaram a uma crónica intervenção militar no processo político. Em 1941, o Peru invadiu o Equador e apoderou-se de uma parte do seu território amazónico.

[…] Ao longo da década de 70, a economia do Equador renasceu com os lucros do petróleo, embora sujeito às flutuações do seu preço, à altíssima taxa de inflação e a diversas catástrofes nacionais, como o dilúvio de 1983 e o sismo de 1987.

[…] Em 1995 o país retomou o velho conflito com o Peru relativo a 340 km2 de floresta supostamente rica em ouro, pacificado com a assinatura do acordo de paz de Itamarati. Em 2000, um golpe de Estado depôs o presidente Jamil Mahuadu Witt e o vice-presidente Noboa Bejarano assumiu o poder. Gutiérrez Bordua é o presidente do Equador desde 2003.

"A Enciclopédia", edição Editorial Verbo, SA / Público, 2004

03 junho 2004

COLÔMBIA

ColômbiaEstado do noroeste da América do Sul, com a área de 1 141 748 km2 e aproximadamente com 41 000 000 habitantes. Confina a norte com o Panamá e o mar das Caraíbas, a este com a Venezuela e o Brasil, a sul com o Peru e o Equador e a oeste com o Oceano Pacífico. A capital é Bogotá (Santa Fé de Bogotá). A língua oficial é o espanhol. A maioria (90 %) dos colombianos é católica. A unidade monetária é o peso.

[…] Os descobridores espanhóis Alonso de Ojeda (1499), Rodrigo de Bastidas (1500) e Cristóvão Colombo (1502) foram os primeiros a avistar terras de Colômbia, mas só em 1536 a 1538, com o nome de Nova Granada é que o território veio a ser conquistado pelos Espanhóis. Em 1538, G. Jiménez de Quesada chegou ao planalto da savana de Bogotá e funda a cidade de Santa Fé de Bogotá. Nova Granada ficou unida à Venezuela e ao Equador.

[…] A independência da Colômbia foi proclamada em 1811, graças ao génio militar e político de Bolívar. Mas as represálias espanholas não se fizeram esperar e só em 1819 foi criada a República da Colômbia. Após a morte de Bolívar (1830), a Grande Colômbia que compreendia os territórios do Equador, Venezuela e Panamá desfez-se com a independência do Equador e da Venezuela e em 1903 do Panamá. Portugal foi o primeiro país europeu a reconhecer a independência da Colômbia. Com autonomia e independência, a Colômbia viveu anos conturbados, vítima de sucessivas revoluções.

[…] Os partidos tradicionais mantiveram o seu poder até aos anos 90, mas o desassossego civil, a guerrilha entre os cartéis da droga não cessaram por todo o país, assumindo proporções espectaculares pelas implicações na ordem social e política, tendo sido necessário empreender, no terreno, uma verdadeira guerra, em que se evidenciou também a pressão de outros países, nomeadamente os EUA. Em Junho de 1991, o narcotraficante Pablo Escobar (do poderoso cartel de Medellin) rende-se às autoridades. Neste ano a nova constituição substitui a de 1886. O sistema político tem-se mostrado incapaz de pôr termo à insegurança generalizada provocada por raptos, assassínios e pela corrupção.

A Colômbia tem a maior tradição literária da América Espanhola. […] Um dos mais celebrados escritores contemporâneos é Gabriel Garcia Marquez (1928), autor da obra Cem Anos de Solidão, que foi galardoada com o Prémio Nobel da Literatura em 1982. […]

"A Enciclopédia", edição Editorial Verbo, SA / Público, 2004

02 junho 2004

CHILE

ChileEstado da América do Sul, com a superfície de 756 626 km2 ocupando a vertente ocidental da cordilheira dos Andes, desde a fronteira do Peru à Terra do Fogo e uma população aproximada de 15 milhões de habitantes. Confina a Este com a Argentina, a norte com a Bolívia e o Peru e a oeste com o Pacífico. A capital é Santiago do Chile. A língua oficial é o espanhol e a unidade monetária é o peso.

[…] Fernão de Magalhães foi o primeiro ocidental a contactar com terra do Chile em 1520. O Chile entra na história com a chegada do capitão espanhol Diego de Almagro (1535-1536). Em 1540, outro capitão, Pedro de Valdivia seguiu o caminho do árido deserto de Atacama e chegou às margens do rio Mapocho. Em 1541, fundou a cidade de Santiago, que seria capital da província. Supersticiosos e primitivos, os araucanos possuíam, contudo, um verdadeiro génio militar, que se opôs com êxito aos Europeus em 1553, 1579 e 1598. No entanto, em 1600, o Chile tornou-se uma colónia espanhola e esse domínio durou cerca de dois séculos.

[…] Em 1810, procede-se à designação de uma Junta do Governo que abre caminho à independência do Chile. Presidida por Bernardo O’Higgins e com a ajuda do argentino San Martin, após as batalhas de Chacabuco (1817) e Maipo (1818), o Chile torna-se independente.

[…] Em 1833, instituiu-se uma Constituição que regeria o país até 1925. O Chile venceu a guerra entre 1879 a 1884 contra a Bolívia e o Peru, por motivos fronteiriços.

[…] Em 1970, Salvador Allende ganha as eleições presidenciais, tornando-se no primeiro chefe de Estado marxista de um país latino-americano. Allende prossegue uma política socialista de expropriações e nacionalizações que lesou diversos interesses, entre os quais norte-americanos, e provocou graves problemas económicos e um descontentamento generalizado e, em 1973, após um período particularmente agitado, eclodiu um golpe militar – a que Allende não sobreviveria –, encabeçado pelo general Augusto Pinochet, que derrubou o governo vigente e reprimiu duramente os seus apoiantes.

[…] Em 1981 foi aprovada uma nova constituição (revista em 1989 e 1991), e em 1988, realizou-se um referendo nacional que decidiu a realização de eleições livres em 1990, altura em que Pinochet é substituído por Patrício Aylwin, um democrata-cristão que procede à liberalização do regime e consolida os êxitos económicos do país, sem que o velho general deixe de permanecer figura tutelar do regime. Em 1994, Eduardo Frei Ruiz-Tagle, também democrata-cristão e apoiado pela esquerda moderada, é eleito presidente do Chile, confirmando a chefia de Pinochet como líder do exército até 1997. Desde 2000 que Ricardo Lagos Escobar é o presidente chileno.

[…] Seguem-se os três expoentes máximos da poesia chilena: Vicente Huidobro (1893-1948), criador do «imaginismo», Gabriela Mistral (1899-1957, Prémio Nobel em 1945) e Pablo Neruda (1904-1973, prémio Nobel em 1971), cujas obras se difundiram pelo mundo inteiro. […] Mais recente é a obra de Isabel Allende e de Luís Sepúlveda.

"A Enciclopédia", edição Editorial Verbo, SA / Público, 2004

01 junho 2004

BRASIL

BrasilA República Federativa do Brasil é o maior país do mundo latino e um dos maiores do Globo, com uma superfície de 8 511 965 km2 e cerca de 175 000 000 habitantes. Confina com todos os Estados sul-americanos, exceptuando o Chile e o Equador: com o Uruguai a Sul, a Argentina, o Paraguai e a Bolívia a sudoeste, com o Peru a oeste, com a Colômbia a noroeste, com a Venezuela, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa a norte. Ocupa cerca de metade do continente sul-americano e é um dos cinco maiores países do mundo.

[…] O grito do Ipiranga – Independência ou morte! – dado por D. Pedro, príncipe regente, em 7.9.1822, significou, assim, uma simples consequência da política joanina, embora habilmente trabalhada por José Bonifácio, a princesa D. Leopoldina e os patriotas, pois então D. João VI já regressara à Europa, por imposição da Revolução de 1820. Proclamada a independência, foi o Brasil erigido a império e o príncipe regente coroado imperador como D. Pedro I. Na curta história do primeiro reinado, desenrolaram-se os acontecimentos da Guerra da Independência, da Constituição de 1824 e da Revolução Pernambucana (1824), que o jovem imperador pôde conduzir com felicidade, porquanto obteve de Portugal o reconhecimento da independência, outorgou uma Constituição ao Império e fez executar os rebeldes de 1824.

[…] Os sucessos da morte da imperatriz D. Leopoldina, do mau destino da Guerra da Prata, do agravamento da situação financeira do país, a par da ocorrência de choques entre lusos e brasileiros e da regência de ministérios instáveis comprometeram deveras a posição de D. Pedro I, que se viu obrigado a abdicar do trono em favor de D. Pedro de Alcântara, então criança de 5 anos (7.4.1831).

[…] Com a declaração da maioridade de D. Pedro II, inaugurou-se em 1840 o segundo reinado, sob o ceptro de um monarca sensato. [...] Em 1870, divulgaram os republicanos o seu famoso Manifesto, logo seguido da Convenção de Itu (1873), com que partiram para a luta contra a monarquia. O desgosto de boa parte da oficialidade do exército (Questão Militar), o abandono pelo clero da sua devoção à coroa em virtude dos infelizes eventos da Questão Religiosa (1872-1875) e, principalmente, a alienação pela classe agrícola da causa monárquica, motivada pela cruzada abolicionista – que redunda na libertação dos escravos, pela Lei Áurea, de 13.5.1888, assinada pela princesa D. Isabel –, precipitaram a proclamação da república, em 15.11.1889, pelo marechal Deodoro da Fonseca.

Podemos considerar três fases distintas na história republicana: a da chamada República Velha (1889-1930), com os seus 10 quadriénios presidenciais; a da República de 1930 – dos governos de Getúlio Vargas –, encerrada em 1945; e a da 3ª República, iniciada em 1946, com a promulgação da quarta Constituição Republicana, até aos nossos dias.

"A Enciclopédia", edição Editorial Verbo, SA / Público, 2004

ASSINATURA…

Possivelmente, alguns o saberiam… Eventualmente, outros o “suspeitariam” (?)… A “assinatura” que utilizei nas “entradas” deste “blogue” (L...