16 dezembro 2003

BEETHOVEN (II)

Com 21 anos, em 1792, partiu definitivamente para Viena, tendo sido então aceite como aluno de Haydn, embora Beethoven logo procurasse complementar o seu estudo também com aulas junto de outros professores, nomeadamente Albrechtsberger (maestro de capela na Catedral de S. Estêvão), Salieri e Foerster.

Tornou-se, nesses primeiros anos em Viena, um pianista virtuoso, com sucesso nos meios aristocráticos, cultivando alguns admiradores; começou por publicar, em 1795, o seu Opus 1 e uma colecção de 3 trios para piano, violino e violoncelo.

Logo aos 25 anos, em 1796, surgiram os primeiros sintomas de uma grande tragédia, quando lhe foi diagnosticada uma congestão dos centros auditivos internos, prenúncio da sua futura surdez. Ao descobrir que a doença seria incurável, viria a afastar-se do convívio social, vivendo como compositor e professor, procurando ocultar este problema, que apenas revelaria dez anos depois.

Em 1800, com a surdez já bastante avançada, apresentou a Sinfonia n.º 1 em Dó Maior, Opus 21. Em 1802, na sequência de uma profunda depressão, chegando a pensar recorrentemente no suicídio, escrevera o “Testamento de Heiligenstadt” (localidade próxima de Viena), uma carta, inicialmente dirigida aos dois irmãos – que nunca chegaria a ser enviada – na qual reflectia, desesperado, sobre a tragédia da sua irreversível surdez e sobre a sua arte.

Seria a arte – a música, que via como uma verdadeira missão a cumprir – a impedi-lo de concretizar esse terrível pensamento, surgindo como única via de redenção, criando então a sua primeira monumental obra, a Sinfornia nº 3, “Heróica”, um ponto de mudança radical na história da música, tornando reconhecida a sua genialidade como compositor.

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