12 dezembro 2003

VAN GOGH - AUTO-RETRATO

VanGogh-Self-PortraitA profusão de auto-retratos - 35 realizados entre 1886 e 1889 - aliados à peculiar relação que manteve com o seu corpo, cujo ponto culminante é o episódio da mutilação da sua própria orelha, posteriormente retratado, coloca van Gogh como o artista que introduz o próprio corpo como matéria-prima da arte.

Para além de reflectir a sua vida psíquica e de actuar como suporte para o exercício de técnicas pictóricas, o exame continuado e sistemático do próprio corpo apresenta o artista como alguém que testa os seus próprios limites, que indaga sobre o enigma da própria existência.

A vivacidade do efeito visual não é de natureza física, mas de base fisiológica. Os pontos justapostos de cor pura provocam uma espécie de "pânico visual": o olhar compulsivo tenta misturar os diferentes tons. O princípio da mistura óptica funciona, ao mesmo tempo que implica uma constante sensação de agitação.

O quadro de 1889, pintado no Asilo de St.-Rémy, manifesta segurança e agressividade; tem rugas bem vincadas perto do nariz e das maçãs do rosto, as sobrancelhas são grossas e salientes e os cantos da boca estão virados para baixo. O retrato não é, não obstante, o de um rosto hostil, revelando vitalidade. As linhas serpenteantes e em forma de remoinho que surgem como pano de fundo são igualmente utilizadas na figura e nas roupas.

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